Feliz Natal
PRESENTES DE NATAL
Nesta bota de feltro vermelha, pendurada na porta do quarto, o que posso colocar? Balas, chicletes, barra de chocolate, borracha perfumada, lápis colorido. Com uma novidade: aproveitando a euforia geral, tudo é importado, comprado no quarteirão de baixo, na lojinha da esquina, no supermercado.
Mas como sou Papai Noel, vou colocar também um lembrete de Natal: sabia que está para chegar o aniversário de uma criança que aqui vem para salvar a humanidade e, entre outras coisas, dizer “ Tudo é possível ao que crê?”.
Nesse sapatinho deixado de propósito na janela, o que posso colocar? Uma boneca de cabelos louros que anda, chora, fala “mamãe” e é tão fofinha que parece gente de verdade. Ela tem mamadeira, fralda e chupeta e mais um carrinho de bebê de mentirinha, um fogãozinho e um carro esporte.
Mas como eu sou Papai Noel, vou deixar um bilhetinho neste papel de seda cor-de-rosa: quando crescer, não se esqueça de um menininho que nasceu no dia 25 de dezembro, ao lado de vacas, burrinhos e carneiros. Sei lá, do jeito que o mundo anda, até você crescer alguém pode se esquecer de te contar esta história. A história é verdadeira, viu?.
Nesta árvore tão bonita, enfeitada com laços de fita e sinos dourados, o que posso deixar para o dono da casa, aquele que diz não gostar de festas como esta, que ninguém precisa comprar nada para ele, qualquer par de meia ou caixa de lenço está ótimo. Vamos dizer, uma caixa de vinha, que tal? Uma colônia francesa, talvez? Também um cd de músicas clássicas, ou uma camisa de linho. Presentes alinhados como ele, sempre impecavelmente elegante.
Mas, como sou Papai Noel, quero deixar um presente especial. Um carrinho de brinquedo para você se lembrar de quando era criança e passava horas e horas “pilotando” o carrinho por toda a casa, em cima do sofá, da mesa, descendo pelas cadeiras, na parede da sala, imitando os sons: bi...bi...bi...vrum...vrum...vrum... Deixe um pouco os negócios, a preocupação com o dinheiro, as aplicações na bolsa, a garantia de emprego. Voltando a ser menino, lembre-se do outro menino que nasceu na manjedoura e reaprenda o desperdício que é a pressa desnecessária, e como é importante a humanidade e o saber ouvir.
Falta colocar o presente da mamãe, da vovó, da mulher que organiza a festa de todos da família, corre o dia inteiro, trabalha, faz compras, cozinha e, à noite, está linda para surpreender a todos. Um Colar de ouro? ou par de brincos? Um vestido de seda, uma bolsa de couro?.
Mas, como sou Papai Noel, quero apenas lhe dizer para você nunca se esquecer que um menino nasceu como nasceram seus filhos. E por toda a vida lembre-se que se num útero repousou um “Rei”, precisamos tratar a todos com majestade. A história do nascimento do menino não existe sem você.
E, agora, peço licença, pois como sou Papai Noel, preciso visitar os outros, aqueles que não tem sapatos na janela, botas nas portas dos quartos, nem quartos ou família, nem alimentos, nem amores ou flores. Preciso visitar morros e planícies, descobrir solidões não escolhidas, lágrimas sem lenço, lugares sem sons, passeios inúteis, pessoas sem sorriso.
É estranho como todo ano aquele MENINO vem dizer que devemos amar uns aos outros e parece que ninguém presta muita atenção.
DEVE SER PORQUE GENTE GRANDE NÃO ESTÁ ACOSTUMADA A LEVAR CRIANÇAS A SÉRIO.
Portanto meus queridos amigos, que fizeram parte de alguma forma da nossa vida em 2013, eu dou a vocês de presente, DEUS!
Esse presente, não sai de moda, não acaba,e deixa todo mundo mais lindo.
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